quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Processo de treino III ( Treino psicologico )




O treino psicológico pode ser trabalhado em varias fases, a integração, o constante acompanhamento, a unicidade, o poder da palavra e o pós competição.

A integração:

A integração é uma das fases mais importantes do treino mental, é aqui que se fortifica cada vez mais a relação entre os treinadores, os jogadores, os métodos, as filosofias e os objectivos, é no incutir claro, objectivo e decidido que se começa a preparar o atleta mentalmente e se começa a faze-lo identificar-se com o clube, algo que levará a uma maior entrega, querer e motivação.

Constante acompanhamento:

Fundamental também é o jogador se sentir acompanhado, acarinhado e valorizado.
Aqui os treinadores tem que ter 1000 olhos, 1000 vozes, os treinadores tem que parecer que estão em todos os lados. Desta interactividade podemos ganhar jogadores mais motivados, mais confiantes, mais confortáveis, importante para combater de imediato pequenas frustrações momentâneas, que poderiam se tornar rotineiras.
Fortifica também a relação jogador – treinador.

A unicidade:

Cada jogador é único, logo cada jogador é fundamental, uma equipa não pode ser a soma de um nome mais os outros, mas sim a soma de todos os nomes.
É na competitividade saudável interna que poderá estar a chave para uma evolução mais rápida de todos, o pensamento tem que ser este, “ Tenho que trabalhar para provar que sou a melhor opção para o lugar, caso passe para a melhor opção tenho que trabalhar para manter, porque quem foi colocado na segunda opção seguindo este pensamento ira tentar provar o mesmo”, é neste seguimento saudável de trabalho, nesta “luta”, neste querer, que se ganham as oportunidades e que se faz crescer uma equipa, sendo todos fundamentais.

O poder da palavra:

Saber em que situação havemos de elogiar ou criticar um jogador requer um conhecimento mais profundo de cada um, se existem jogadores que criticados dão uma resposta forte dentro do campo, outros á mínima critica vão completamente abaixo. A palavra bem usada na altura certa e no espaço certo é meio caminho andado para manter um jogador motivado.

Pós competição:

Aprender com os erros e com as conquistas, levantando a cabeça e olhando em frente, é a grande solução, mas em muitos casos os erros deixam marcar irremediáveis numa equipa, cabe ao treinador tentar minimizar os efeitos e aos poucos ultrapassar as dificuldades, as frustrações e as quebras motivacionais na equipa.
João Lino

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Processo de treino II ( Divisão do treino )


Outro factor que acho muito importante processo de treino, é ele ser variado, dinâmico e existir momentos de descompressão (brincadeira) alternados com momentos de alta concentração.
Todo o processo de treino que a equipa técnica a que pertenço dirige, divide-se em 7 partes:

Aquecimento sem bola :
Este aquecimento sem bola consiste em 2 pontos, o primeiro em aquecer todas as articulações especificamente e o segundo em dar aos jogadores uma educação em treino de que não se deve fazer exercícios de grande amplitude sem aquecer-se bem, algo que com bola normalmente leva a excessos por parte dos jogadores.
Parte lúdica :
Esta parte consiste em dar uma pouco mais de alegria ao treino, evoluindo a interacção entre jogadores, aumentando o espírito de grupo e funcionando como um suplemente do aquecimento inicial. Nesta parte pode-se por exemplo jogar rugby, jogar á apanhada, jogar andebol, basquetebol, futvolei, etc etc

Aquecimento com bola\ Apurar a técnica:
Aqui já entra a tão desejada bola de futsal, apura-se o passe, a recepção, remate, drible, finta etc etc

Trabalho táctico:
Aqui trabalha-se todos os fundamentos tácticos em aprendizagem no dia.

Jogo:
Aqui dividimos em 3 partes, na fase inicial trabalha-se o conteúdo táctico anteriormente dado, na segunda parte cada equipa é livre de escolher dentro dos sistemas tácticos dados o que se adapta melhor para contrariar a outra equipa e vice versa ( parte importante para os jogadores puxarem pela cabeça e mecanizarem conteúdos usando a experiência adquirida), e a ultima parte, jogo livre, em maior descontracção.

Parte física localizada:
Aqui vem o trabalho físico mais localizado a nível muscular, trabalhando-se os gémeos, quadricipedes, abdominais, peitorais e braços.

Alongamento:
Fase final do treino, descompressão e importante para ajudar a remoção do acido láctico que se acumula nos músculos, evitando as dores musculares que muitos jogadores sentem nos dias seguintes aos treinos.

Com este processo de treino conseguimos no geral focar todos os pontos importantes, podendo sempre dar mais ou menos minutos conforme a necessidade a algumas partes, ou trabalhar a maior parte do plantel geral e alguns jogadores mais específicos com o técnico específico.
Manter uma concentração saudável, alegre e dinâmica é fundamental para uma aprendizagem mais rápida.

João Lino

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Processo de treino I (Divisão em areas)


Ao nível da organização das equipas técnicas, apostei numa equipa técnica grande, em que os processos de treino (Táctico, físico, técnico e guarda-redes) estivessem divididos e trabalhados de uma forma mais atenta por um técnico, e supervisionado pelo treinador principal.

Com este método de treino, percebi que os jogadores evoluem mais rapidamente, até porque existem sempre alguém que está observando os pequenos pormenores nas diferentes áreas e a tentar constantemente os melhorar. Todos os treinos, existe uma divisão de espaços, onde cada técnico trabalha os seus processos com os jogadores pré definidos para evolução de certas áreas, onde os jogadores acabam posteriormente por rodar pelas diferentes áreas de intervenção.

Importante é a existência de um treinador de guarda-redes, algo que normalmente não acontece nos clubes, embora esteja cada vez melhor, anteriormente os guarda-redes eram praticamente deixados a um “canto” a aquecer, para que logo que os jogadores extra baliza aquecessem, começa-se logo a defender remates. Agora aposta-se cada vez mais no trabalho específico dos guarda-redes, evoluindo a sua técnica, o seu físico e controlando o seu psicólogo.

A minha equipa técnica é fundamental para a tentativa de evolução mais rápida do plantel, e aos 4 (Nuno, Malhoa, Telmo e Pedro Diogo), só tenho a dizer um grande obrigado e que é um prazer enorme trabalhar com pessoas dedicadas e com valor.
No meu caso, fico com muito mais tempo para as intervenções tácticas e com uma visão mais pormenorizada sobre o potencial e as fragilidades de cada jogador.

Existem vários tipos de mecanizar o treino, a escolha muitas vezes não depende do desejo de cada um, mas das condições oferecidas e das adaptações que cada um consegue no seu treino para a optimização do mesmo.


João Lino

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Treino de Guarda Redes



FUNDAMENTOS TÉCNICOS
Estes fundamentos são a base, para o qual todos os exercicios devem ser programados, incutindo no guarda redes cada vez mais a noção de baliza e complementando-o com o maximo de trabalho fisico ( agilidade, velocidade, força... Algo que falaremos mais á frente), para que a sua evoluçao seja rapida e gradual.

POSICIONAMENTO
É o fundamento básico para o guarda-redes, pois facilitará muito a defesa dos remates adversários. O posicionamento deve ser com os pés afastados na linha dos ombros, mantendo-os sobre uma bissectriz de um triângulo imaginário traçado a partir da bola até os postes da baliza. Em relação à baliza, deve ficar um pouco à frente da linha de baliza, com os braços levemente flexionados e as mãos um pouco abaixo da linha de cintura, mantendo a posição básica de uma forma confortável, que lhe permita uma melhor concentração e facilite a sua velocidade de reacção. Um bom posicionamento é importante para facilitar a defesa, pois um bom guarda-redes não é aquele que faz quedas aparatosas mas sim aquele que realiza o menor esforço para realizar uma defesa. O posicionamento divide-se em frontal e lateral de acordo com a posição da bola.


DESLOCAMENTO
Partindo da posição básica, o guarda-redes desloca-se lateralmente sem cruzar os pés e sem encostar um pé no outro. Numa situação próxima de defesa, o deslocamento deve ser feito na ponta dos pés, facilitando o desequilíbrio do corpo para uma acção de defesa. A impulsão para o deslocamento é feita com a perna contrária ao deslocamento e em relação à baliza, deve descrever um trajecto de semicírculo entre um poste e outro. O deslocamento pode ser realizado de forma simples, lateral ou em saltitos na posição básica, dependendo da situação em que a acção se desenvolver.


DEFESAS
As defesas de bola são divididas em três tipos, sendo classificadas de acordo com a altura que a bola chega ao guarda-redes. Nas defesas, ambas as mãos devem receber a bola e, em todas situações, o contacto deve ser feito com a palma da mão, usando os dedos para comprimir a bola para que esta não escape. Após qualquer defesa, leva-se a bola junto ao corpo para maior segurança em relação ao seu controle. Defesa Alta: Esta deve ser realizada quando a bola vai da linha do peito para cima. A bola deve ser recebida com as mãos e os braços em forma de triângulo e, após a recepção, deve ser levada junto ao peito para melhor protecção, sendo isto realizado com um dos pés atrás, para aumentar a base de equilíbrio do corpo. Defesa Média: Nesta defesa os braços ficam flectidos junto ao corpo e as mãos posicionam-se na linha da cintura, em forma de concha, com a palma da mão voltada para cima e os dedos a apontar para baixo. Após a recepção, o guarda-redes deve proteger a bola junto ao abdómen e uma das pernas deve de ir para trás aumentando a base de equilíbrio do corpo. Defesa Baixa: Nesta defesa, o guarda-redes deve flexionar as pernas encostando um dos joelhos ao chão. O joelho que vai ao chão tem sempre como referência a posição do remate, sendo que as mãos devem receber a bola em forma de concha, com o tronco levemente flexionado e posicionadas à frente da perna que realizou a flexão, com o joelho no chão. Em relação à posição dos remates, estas defesas podem ser classificadas como frontais e laterais, onde se leva em consideração a posição do joelho que vai ao solo para execução de uma defesa mais segura.


QUEDA
Este fundamento é realizado com o desequilíbrio lateral do corpo em direcção à bola, proporcionado pela flexão da perna do lado da queda e a impulsão da perna contrária. O contacto com o solo deve ser feito pela parte lateral da coxa flectida e pelo tronco. O guarda-redes deve evitar o choque das articulações dos joelhos, quadril e cotovelos contra o solo. Para evitar que isto aconteça é importante que se siga uma sequência de aprendizagem de queda, começando pela execução de exercícios partindo da posição de sentado, de joelhos, agachado e depois da posição em pé. Podemos considerar como queda a defesa baixa, quando realizada em queda e na posição de barreirista, com uma perna em extensão e a outra em flexão com apoio do joelho ao solo.


REPOSIÇAO
Podemos classificar a reposição como curta e longa. A reposição curta é feita através de um movimento de flexão das pernas, com o lançamento da bola feito através de um movimento de braços, partindo de baixo e a bola descrevendo a trajectória pelo chão, para movimentos realizados para pequenas distâncias. A reposição longa é feita através de um passe de ombros, semelhante ao do realizado no andebol. O uso da quebra de punhos e da finta de corpo é muito importante para o guarda-redes, pois permitirá fintar o adversário no momento da reposição, dificultando a acção defensiva dos adversários.


SAÍDAS DE BALIZA
A saída de baliza é uma situação constante e deve ser rápida e sem hesitação, tendo como objectivo tirar o espaço de remate do adversário. Para isto o guarda-redes deve "aumentar” o seu tamanho, utilizando os braços e pernas, para no momento adequado tentar manter a bola sob seu controle. Nas situações em que o guarda-redes tiver que sair da área, deve definir rapidamente a jogada, eliminando a situação de perigo ou iniciando uma situação de contra-ataque. Para isto o guarda-redes deve ter a consciência de que actualmente ele pode-se tornar um libero na sua equipa. Podemos classificar em duas as saídas de baliza, sendo a saída baixa aquela realizada em queda lateral, ou aquela realizada com uma postura de contenção em posicionamento de defesa em pega baixa e a saída alta que utilizamos em duas situações: a primeira para interceptar bolas que descrevem trajectória alta sobre a área, realizando a defesa em pega alta ou em defesa em punhos (socar a bola); a segunda quando o guarda-redes sai da área para jogar com os pés.