Hoje em entrevista no meu blogue tenho o prazer de apresentar o guarda-redes João Vala, o jovem guarda-redes de 24 anos da equipa do Fundão, que ontem rubricou uma excelente exibição no jogo da 1ª divisão entre o Benfica e o Fundão, sendo elogiado pelo responsável do Benfica e comunicação social geral. O João Vala começou a praticar futsal no Portomosense (Porto de Mós) e no seu currículo conta com um Campeonato Nacional Universitário em 2008 ao serviço da Universidade da Beira Interior e uma presença no Campeonato da Europa Universitário em 2008 na Polónia. De frisar também, que o João na ultima época alinhava no campeonato distrital de Castelo Branco, provando a todos, que também existe qualidade nos distritais e que as oportunidades a qualquer momento podem chegar.
Eis a entrevista:
JL - Como surgiu a sua paixão pelo futsal e especificamente pela baliza?
JV- Esta paixão surgiu a cerca de 14
anos, quando comecei a praticar a modalidade no clube o Portomosense, a partir
dessa época percebi logo que a posição que adorava jogar era à baliza. Desta
forma ao longo dos anos fui trabalhando arduamente para a cada treino/jogo ser
melhor, aproveitando todos os pequenos incentivos, quer da família quer de
amigos que simpatizavam com a minha forma de encarar as situações fui crescendo
como pessoa e como jogador, até chegar ao nível que cheguei. Parece-me benéfico
realçar que a chave do sucesso será trabalhar, trabalhar, trabalhar, para cada
dia ser melhor!
JL- Para si qual o ponto fundamental a trabalhar, no treino
específico de GR, para uma melhor evolução? Porque?
JV- Relativamente à questão que me
faz, penso que existe um conjunto de pontos que são essenciais para formar um
guarda-redes de futsal, não querendo dar importância a mais um ponto do que
outro, acho que todos têm igual peso dentro da formação de um guarda-redes
completo. Desta forma, pela minha experiência enquanto jogador, os pontos
fundamentais de treino são, Posicionamento, deslocamento, os vários tipos de
defesas, as quedas (posições dos apoios), reposições com as mãos e com os pés,
saídas de baliza, treino das capacidades motoras (flexibilidade, força e
resistência) e treino da destreza motora (coordenação, agilidade e velocidade).
Se conseguirmos ter estas capacidades exploradas e em constante correlação
temos com toda a certeza uma evolução sustentável e um futuro guarda-redes mais
completo.
JL- Acha fundamental os GR estarem integrados sempre nas aprendizagens
tácticas? Porque?
JV- Sim é fundamental, hoje em dia,
com o carácter evolutivo que tem tido o futsal, em que a vertente táctica tem
um peso muito importante na maioria dos jogos, será claro que cada vez mais o
guarda-redes deve ser conhecedor de todas as movimentações tácticas que a
equipa detêm, pois só assim poderá intervir no jogo de uma maneira activa e
assertiva, com isto quero dizer que uma das componentes importantíssimas a
trabalhar com o GR, será o seu envolvimento táctico, quer a nível de saídas de
pressão, como a nível de modelo de jogo, pois será mais fácil para este
antecipar qualquer erro e possível perigo para a sua baliza.
JL - Sabendo que em Portugal o treino especifico de GR é uma realidade
ainda inexistente em muitos clubes amadores, que sugestões dá aos clubes sobre
o treino especifico de GR?
JV - Este é um facto que na minha
opinião será bastante relevante intervir, pois qualquer guarda-redes que seja
se não tiver um bom “professor”, que saiba onde deve intervir e em que momento
deve intervir dificilmente crescerá dentro da sua posição. Relativamente a
sugestões para os clubes, penso que em primeiro lugar devem ter um treinador
especializado nesta área, se pelos mais diversos motivos não o poderem ter,
devem dar formação aos treinadores que nesse momento estão nos clubes, podendo
assim de certa forma melhorar a qualidade de treino para os guarda-redes. Se
mesmo assim os treinadores não possuírem esta formação específica, penso que a
melhor opção e os guarda-redes junto com os treinadores procurarem uma
aprendizagem em grupo tentando evoluir juntos (forma de trabalho um pouco
autónoma).
JL - Que sugestões dá aos jovens GR que iniciam o futsal actualmente?
JV - Como referi anteriormente, o
principal é o trabalho e a dedicação à modalidade. Em segundo ser sempre humilde e aceitar como construtivas
todas a criticas que nos são direccionadas e aproveita-las para crescer enquanto
atleta. Em terceiro é o querer ser sempre melhor, ou seja, não se contentar com
aquilo que se sabe, querer sempre aprender mais, pois levará a uma maior
predisposição para aprendizagem. E por último apaixonar-se pela modalidade e
deixar que isso nos envolva a 100%, para que se possa sentir as emoções na sua
totalidade e assim tirar o maior proveito de cada momento.
JL - Na sua carreira, quais sãos os seus objectivos imediatos e a longo
prazo?
JV- Bem, a nível imediato penso que
é crescer como atleta tornando-me um guarda-redes mais maduro, podendo assim,
no futuro próximo ser opção do treinador e agarrar essa oportunidade com “unhas
e dentes”. Relativamente aos objectivos a longo prazo, quero um dia ser campeão
nacional, gostaria também de dedicar toda a minha atenção para esta modalidade e
tornar-me profissional.
JL - É preciso referir que esta entrevista já foi realizada à algum tempo, mas tal como afirmas-te na entrevista, " no futuro próximo ser opção do treinador e agarrar essa oportunidade com “unhas
e dentes”" , só me resta dizer, que disseste e cumpris-te! Mais uma vez quero dar-te os parabéns pela excelente exibição contra o Benfica, que embora para todos os que te conhecem, não tenha sido uma surpresa. A tua humildade, aliada à capacidade técnica e de trabalho, prova que quem acredita no seu valor e gosta do que faz, mais cedo ou mais tarde, têm a sua oportunidade.
Grande Abraço
João Lino